domingo, 14 de março de 2021

The Legends, um seriado chinês apaixonante

 Faz muito tempo que nao posto nada nesse blog mas continuo recebendo várias visualizações e comentários na resenha do seriado The Rise of Phoenix – então, resolvi escrever algumas novas resenhas sobre alguns seriados chineses que assisti nos últimos tempos. Também assisto muitos seriados coreanos, entao talvez eu posso fazer resenhas sobre alguns também. 

Vou começar pelo seriado The Legends

seriado chines the legends

Apesar de que eu adoro histórias de fantasia, eu não tinha assistido nenhum seriado do gênero Xianxia ainda, pois é bem diferente para mim. O gênero Xianxia mistura alguns elementos da mitologia chinesa com taoísmo, artes marciais, medicina tradicional chinesa, budismo, e outros. Os personagens têm poderes – que é energia (Qi) e eles são chamados de cultivadores – e fazem parte de “seitas” ou tribos diferentes, que tem formas diferentes de usar esses poderes/energia que eles cultivam através de treinos e meditação.

De certa forma, é bem interessante pois mistura fantasia com algo que na cultura chinesa (e asiata) é realmente real, que é a questão da energia Qi que flui dentro das pessoas (essa crença também existe em outras culturas asiáticas, como por exemplo na Ìndia, mas com outro nome).

Então, quando você assiste um seriado desse gênero, prepare-se para ver as pessoas voando, lutando bastante e falando sempre de energia.

Eu assisti The Legends pois eu vi a foto da personagem principal feminina no Instagram e fiquei curiosa. Uma mulher vestida de vermelho, com um sorriso cínico, parecendo uma deusa malvada – me chamou a atenção e eu resolvi dar uma chance a esse novo gênero.

seriado chines the legends

Recomendo esse seriado para quem gosta de:

- Personagens femininos vilãs

- Ships de amor-ódio

- Fantasias bem diferentes

- Histórias com fantasmas

- Comédia e ação

A trama:

A trama é baseada num livro (web-novel) que fez bastante sucesso na China e tem uma duração de 55 episódios.

A história é focada na líder de uma seita demoníaca, Zhao Yhao, que apesar de ser uma mulher temida e violenta, morre subitamente durante a tentativa de conquistar uma espada mágica poderosa. Além de morrer de uma forma insatisfatória, ela descobre que um dos seus seguidores mais leais a traiu e tomou o lugar de líder da seita dela – e ainda por cima, ele, Li Chen Lan, está transformando a seita dela em um lugar muito harmônico para o gosto dela. Zhao Yhao, que agora apenas existe como fantasma, decide se vingar e matar esse traidor – e ela recebe ajuda de uma jovem fugitiva que quer se juntar a antiga seita de Zhao Yhao.

Usando a atração que o Li Chen Lan sente por ela, Zhao Yhao resolve seduzi-lo para tirá-lo do poder e tomar de volta a seita que ela fundou. Porém, Li Chen Lan parece ser diferente do que Zhao Yhao pensa – e ela aos poucos descobre a verdade por trás da morte dela.

Caso você ainda não viu o seriado e quer evitar spoilers, melhor não continuar lendo. Aqui vai a minha resenha:

Os pontos fortes do seriado The Legends:

Uma história diferente e única

Eu já assisti inúmeros seriados, mas a trama da The Legends realmente me divertiu e me surpreendeu, principalmente a primeira parte.

Primeiro, porque a personagem principal não é uma heroína comum – ela é vilã e por cima de tudo, ela é orgulhosa de ser malvada e temida por todos. Essa anti-heroína também é bem arrogante e cheia de si, mas mesmo assim ela acaba sendo simpática e cativante.

O desejo dela é de acabar com o grande traidor Li Chen Lan (que também tem um segundo nome, Mo Qing), mas a forma que ela tenta alcançar isso é através de sedução e jogo de charme – o que torna a história muito divertida.

O grande objetivo dela é simplesmente se vingar – e o fato de que ela está morta e apenas existe como fantasma deixa tudo mais complicado e engraçado.

No primeiro momento, você pode imaginar que o seriado é uma comédia, mas a história dela e do Li Chen Lan se torna mais e mais emocionante, tornando a trama em algo mais profundo do que esperado.

Além disso, há um questionamento do tipicamente “bom” e do tipicamente “ruim” – o que é ser bom e o que é ser malvado? Através dos acontecimentos, eles mostram o perigo do preconceito, de ser neutro e de guardar sentimentos negativos dentro de si.

Ponto Forte 2: A personagem Zhao Yao

Para o meu gosto, achei Zhao Yao uma personagem muito bem feita. Eu gostei do desenvolvimento do caráter dela: inicialmente ela é ingênua e quer impressionar o crush dela; depois da grande dor que ele causa nela, ela resolve se tornar o contrário daquilo que ele acha certo: malvada. Ela é ambiciosa e arrogante, e quer conquistar o mundo. Depois que ela morre, ela continua arrogante e ambiciosa, mas tem que aceitar que não é mais tão forte quanto antes e por isso, tem que fazer uso de táticas diferentes, como por exemplo se juntar com uma garota fraca e inexperiente. Porém, Zhao Yao acaba pouco a pouco mostrando que por trás de toda a extravagancia e bravura, ela esconde um coração grande.

Zhao Yao não age de forma idiota como algumas outras heroínas – ela sempre tem um objetivo e calcula tudo, mas às vezes, ela acaba cedendo e ajudando. Não por ser burra, mas por ter compaixão.

Depois que Zhao Yao se apaixona por Mo Qing/Li Chen Lan, vemos mais uma etapa do desenvolvimento pessoal dela: antes, ela queria ser a dona do mundo e estar no comando, no topo; mas depois de ver com os próprios olhos que Li Chen Lan tem talento para liderar a seita dela, e faz o papel dele bem feito, ela resolve que quer compartilhar a liderança da seita com ele. Isso não é em nenhum momento encorajado por Li Chen Lan, que não tem ambição, mas é uma decisão que ela fez com a cabeça clara, após ver que ele faz o trabalho até melhor que ela.

Ela se torna mais madura e estável, e demonstra um comportamento de uma mulher que sabe valorizar as pessoas na sua vida.
Não é um caso de uma mulher deixar o homem ser mais importante ou tomar o lugar dela, mas realmente de duas pessoas viverem de igual para igual juntos e se respeitarem e se amarem honestamente.
Portanto, eu achei o desenvolvimento da personagem muito legal de assistir.

Ponto Forte 3: Li Chen Lan

Li Chen Lan, ou Mo Qing, também é um personagem diferente: não é um “bad boy” de coração frio que pouco a pouco se apaixona pela heroína, como em inúmeros seriados; ele também não é um mocinho que quer salvar o mundo. Ele tem uma história trágica, e foi salvo por Zhao Yao, e nunca esqueceu isso. Apesar de Zhao Yao não demonstrar interesse por ele, ele sempre manteve uma forte lealdade a ela, porém, foi incapaz de evitar a magia da espada do pai dele, o que resultou na morte da mulher que ele amava em segredo.

Ele passou anos somente tentando fazer a visão de Zhao Yao se tornar realidade: ele não quis ser o líder, mas quis realizar o sonho de Zhao Yao, já que ela não era mais capaz disso.
Apesar de todos pensarem que ele é o filho do Rei Demonio, ele é gentil, calmo e justo. Ele nunca foi ambicioso, ganancioso ou possessivo. É uma grande ironia que justamente o rapaz mais gentil é visto como o grande malvado, só por causa do pai dele.

Ele é uma pessoa mal-entendida e extremamente solitário, vivendo só para manter o desejo de Zhao Yao de tornar a seita dela a maior e melhor do mundo.

Em comparação à Zhao Yao, ele teve o desenvolvimento de caráter mais cedo, e não muda tanto durante a trama, o que é a qualidade dele: ele é leal e nada fará com que ele abandonasse Zhao Yao, só o demônio interior dele mais para o final – porém, essa parte da trama foi mal desenvolvida com o final muito brusco e rápido.

Outro ponto forte: A história de amor 

O amor dos dois é muito saudável e adorei essa representação de um relacionamento baseado em respeito e amor. Não há mal-entendidos entre eles como em outros seriados acontece, pois os dois (quando juntos) comunicam tudo e se respeitam.

Li Chen Lan e Zhao Yao se veem de igual para igual. Quando Zhao Yao decide algo, Li Chen Lan respeita, mesmo quando ele não está de acordo (por ser arriscado pra ela). Até mesmo quando Li Chen Lan vê que Zhao Yao está trocando cartas com um outro cara (antes dos dois estarem juntos), ele fica sim com ciúmes, mas não chega a interferir e deixa ela fazer (– até o ponto do cara querer se encontrar com ela, aí ele resolve interferir, já que ele também nao é um idiota! Rsrs). Apesar de Li Chen Lan ler as cartas, ele faz isso para poder se proteger, já que os dois estavam armando contra ele.

A questão do colar que consegue vigiar Zhao Yao também é usado por ele para saber o que ela está aprontando, já que ela estava querendo matá-lo e ele sabia disso.
Ele sabia sempre que ela o odiava (no início) e deixava ela à vontade, armando contra ele. Tadinho! Que bom que no final ele conseguiu conquistar o amor dela.

Depois, quando ele está com o problema do demônio interior, os dois enfrentam isso juntos, como eles fazem com todos os problemas. Eu gostei muito disso, pois geralmente, em seriados passamos a trama inteira torcendo para o casal ficar junto, o que acontece muitas vezes só bem no final, ou é interrompido por mal-entendidos chatos. É raro ter uma história em que o casal fica junto e passa o resto da história sem mal-entendidos, enfrentando tudo juntos – e mesmo assim não perdendo a graça. Não sei se foi a química dos atores, ou a dinâmica diferente dos dois personagens, mas aqui deu certo e gostei muito da história de amor.

Ah, e diferentemente de muitos outros seriados chineses (e coreanos), em The Legends temos várias cenas de beijo do casal, e os beijos são bem naturais!

Feminismo

O seriado toca em alguns assuntos feministas que eu adorei! Tem um momento que Zhao Yhao fala sobre o fato de que homens querem mulheres que sejam mais “fracas” do que eles, e que eles não querem ficar com alguém como ela, que é uma pessoa forte, pois eles não querem alguém que os faz sentir inferiores. Um assunto extremamente importante, já que na nossa sociedade muitas mulheres que têm personalidade forte tem dificuldade de se relacionarem com homens por que eles se sentem ameaçados pela forca delas.

Li Chen Lan e Zhao Yao são o extremo contrário disso: ele ama ela e não vê o poder e a inteligência dela como ameaça à inteligência dele. Eles estão de igual para igual.

Também é tratado com naturalidade que mulheres sejam líderes, chefe dos guardas e soldadas, fortes e inteligentes. Como em nenhum seriado chines, não há cenas de estupro, ou violência contra mulheres. 

A amizade entre Zhao Yao e Qin Zhiyan

As duas são o oposto da outra – enquanto Zhiyan cresceu protegida na seita dos “bons” e nunca teve que lutar pela sua vida, Zhao Yao é a famosa “demônia” que não tem medo de ninguém. Inicialmente, eles não gostam uma da outra mas com o tempo se tornam grandes amigas e sempre estão se ajudando. Adorei todas as interações entre as duas, e gostei como ambas conseguiram aprender algo da outra.

Pontos fracos:

Muita enrolação de cenas desnecessárias

Acredito que deve ter algum acordo com os atores, para alguns dos personagens secundários receberem bastante cenas, pois muitas, muitas cenas eram completamente desnecessárias para a trama, mas mesmo assim faziam parte, o que resultou em o próprio casal principal ter menos cenas juntos. Já que obviamente o público queria ver o casal e não todos aqueles outros personagens o tempo todo, eu só consigo imaginar que existe algum tipo de acordo para todos receberem um bom tempo de “screen time” (tempo de cenas). Eu pulei muitas cenas e mesmo assim conseguia entender tudo, pois muitas mostravam informações que já sabíamos, então não era tão importante.
Além disso, eu não me importei muito com as histórias de alguns personagens secundários, então eu pulava sem dor.

Final muito mal feito

Apesar de ter um final feliz, os últimos episódios foram muito mal feitos e rápidos, não conseguiram contar tudo com clareza e poderia ter sido feito de uma maneira muito melhor.

Porém, eu já me acostumei que os seriados chineses muitas vezes tem finais mal feitos, então eu nem fico mais tão chateada.

Efeitos especiais mal feitos

Dá para perceber que o orçamento não devia ser muito alto, então a produção é bem fraca e os efeitos especiais também não se comparam à produções ocidentais.

***


Mesmo com os pontos fracos, eu adorei o seriado e gostaria de encontrar mais histórias parecidas com The Legends.
Você já assistiu esse seriado? Está disponível no Viki com legendas em português.
Me conta o que você achou!

 


sexta-feira, 7 de dezembro de 2018

O seriado chinês da Netflix que todo mundo deveria ver: The Rise of Phoenixes


Já faz um bom tempo que eu não posto nada aqui no blog, simplesmente por não ter tido tempo, mas toda vez que fico obcecada por algo eu resolvo fazer um novo post. Talvez existam outras pessoas igualmente obcecadas pelo mesmo assunto que eu - ou não, já que as minhas obsessões são geralmente um tanto aleatórias.

Vamos então falar sobre um novo seriado que assisti na Netflix e que é diferente de tudo que já vi e me introduziu a um novo mundo de entretenimento: The Rise of Phoenixes (O Avanço da Fênix), um seriado chinês disponível internacionalmente na Netflix, porém, apenas legendado.


Primeiramente, quero declarar aqui oficialmente o meu amor pela Netflix. Acho que a Netflix é uma revolução muito necessária para o mundo cinemático que está mudando muita coisa para o melhor.
Antes, Hollywood - ou seja, uma pequena elite americana - ditava praticamente TUDO à respeito de filmes internacionais. Claro, existiam as produções nacionais, algumas até bem respeitadas como o cinema francês, mas nada se comparava ao monopólio de Hollywood, que influenciou gerações com os temas que passavam nos seus filmes.
As histórias que eram mostradas eram, porém, sob a percepção americana, e em 99% dos casos, masculina e branca. Portanto, sabemos tantas coisas sobre o estilo de vida americano (principalmente dos brancos) em comparação com outras culturas. Sabemos também muito sobre a história dos EUA e da Europa, por exemplo, pois sempre vimos muitos filmes e seriados que se baseavam no ponto de vista de personagens de origem americana ou europeia.
A Netflix começou a mudar isso. Não sei se vocês já perceberam ou leram sobre, mas a Netflix tem investido muito em produções de conteúdo nacional, comprando vários filmes e seriados de diversos países e oferecendo esse conteúdo para todos os seus assinantes do mundo inteiro (ou melhor, nos países onde tem Netflix). Isso significa que agora podemos assistir seriados e filmes espanhóis, mexicanos, alemães, indianos, e por aí vai, por um preço super acessível. Antes, era raro assistir um filme de um país assim - só o pessoal que realmente curte cinema ia atrás de um local que exibisse um filme estrangeiro (não-americano). Agora, com a Netflix, abrimos os nossos horizontes para várias histórias incríveis de diversas culturas diferentes e conseguimos aprender tanta coisa -  principalmente, que não importa de onde uma pessoa vem, todos nós temos algo em comum.

OK, então, deu pra perceber, eu realmente amo a Netflix.

Mas esse post é na verdade sobre o seriado The Rise of Phoenixes.
Então, vamos lá.

A Netflix co-produziu esse seriado em conjunto com produtoras chinesas, porém, como a Netflix não é disponível na China (devido às restrições que o governo chinês impõe à importações estrangeiras, inclusive conteúdo como o da Netflix tem que ter somente 30% de conteúdo estrangeiro, que a Netflix obviamente não tem como garantir), o seriado foi lançado na China por um canal de TV e depois na Netflix globalmente.
Seriados chinêses são chamados de "dramas" ou "c-dramas" e geralmente tem um formato diferente de seriados que estamos acostumados: eles têm muitos episódios, a maioria entre 50 e 70. The Rise of the Phoenixes tem 70, apesar de que originalmente havia 100 episódios e acabaram cortando para ficar mais curto.

A trama de The Rise of Phoenixes (TRoP) é o seguinte:
Num Império Chinês fictício, os filhos do imperador lutam secretamente para garantir o título de herdeiro e se tornar o futuro imperador. Ning Yi, o protagonista, ficou anos preso e a história começa com ele voltando à côrte do seu pai, o imperador. Paralelamente, temos a moça Zhiwei, que passa por uma série de dificuldades e precisa esconder a própria identidade, se vestindo como rapaz e fingindo ser do sexo masculino.



Como já mencionei acima, TRoP é diferente de tudo que já assisti até hoje. E é por isso que eu amei o seriado! Começando pelo fato de que em histórias ocidentais de época - ou seja, européias - o herdeiro de um rei era sempre automáticamente o filho mais velho, e isso não abria muito espaço para disputas (claro que tem também exceções). Já no Império Chinês o imperador escolhia o herdeiro, que geralmente era o filho mais velho, porém, não tinha que ser ele, poderia também ser outro - isso óbviamente significa que a concorrência entre os príncipes era grande e a luta pelo poder era bem mais agressiva, porém, tudo em secreto. Isso acaba sendo bem mais divertido para assistir - adoro intrigas!

A história não subestima a sua inteligência


O seriado quer fazer você pensar. Eles não te dão todas as informações desde o início, e você fica um bom tempo sem realmente saber se entendeu certo, você fica especulando, até que depois de vários episódios você finalemente recebe a resposta.
Sério, nada vem mastigado. Você precisa prestar atenção e analisar e algumas coisas eu tive que rever pra entender. Os personagens são extremamente inteligentes, e todos são intrigueiros. E as intrigas são de outro nível. Tem até gente se auto-envenenando para ninguém desconfiar que foi ele quem envenenou os outros!

O ritmo é lento, mas acabou me capturando 


Diferente de seriados "ocidentais", o ritmo desses c-dramas é bem mais lento, e em grande parte do seriado TRoP (até mais ou menos o episódio 50) as coisas acontecem com bastante calma. Temos várias cenas com diálogos super calmos (e é bem legal como tá todo mundo sorrindo e falando em tom educado, mas tudo que é dito é uma farsa e todos os envolvidos sabem e desconfiam um do outro). Tem aquelas típicas sabedorias chinesas, rifas que o imperador gosta de propor, tem um enganando o outro, um mudando de lado para apoiar outro príncipe, e tudo isso acontece em um ritmo tranquilo, que faz você realmente entrar na história. Acho que por causa da forma como a trama é contada - deixando muitas coisas para o público descobrir sozinho - o ritmo mais lento ficou perfeito.

O espetáculo feminino


Uma coisa tem que ser dita: O mundo ocidental vive criticando a Àsia, principalmente a China, por terem uma imagem anti-feminista das mulheres, tratarem mulheres como bonecas, e botarem os homens como os que as controlam, etc. mas depois de ver esse seriado eu fiquei de boca aberta, chocada, com a mensagem empoderadora feminina que o seriado traz. É difícil achar um seriado ocidental com uma trama que tanto respeita as personagens femininas como TRoP.
Primeiro que a protagonista Zhiwei chega a ter sucesso e importância política SOMENTE através da sua própria inteligência, mostrando ser mais esperta do que quase todos os outros personagens. Zhiwei não precisa seduzir ninguém, não precisa usar o seu charme feminino, não precisa ser amante, nada disso. Tudo que ela consegue é pela sua própria esperteza.


Segundo que as mulheres na trama são todas tratadas com respeito pelos homens, e todas elas têm as suas próprias personalidades e independência. Não há nenhuma cena de violência contra mulher, seja estupro, agressão física, verbal ou humilhação. Se você for ver os seriados e filmes ocidentais, é impressionante como os diretores ADORAM humilhar as personagens femininas, usando cenas explícitas de estupro sem nenhuma necessidade (eu sou contra mostrar cenas de estupro, a não ser que tenha realmente relevância para a trama - mas isso é assunto para outro dia). Em TRoP não há nada disso - também porque parece que a censura chinesa não é muito chegada a deixar mostrar cenas com nudez ou violência exagerada (apesar de que eu assisti um filme chinês com Christian Bale chamado Flowers of War que tinha muita violência e uma cena de sexo, então não sei direito como funciona essa censura chinesa - talvez seja diferente para seriados que são mostrados na TV).

As mulheres no seriado tem as mais diversas posições sociais - têm a Zhiwei que é uma menina mais ou menos comum, a mãe dela que é uma revolucionária, tem concubinas, que são tipo esposas, tem a dona de um bordel que é tipo uma prostituta chique, tem uma princesa, tem outras moças que são jovens revolucionárias, tem as esposas oficiais do imperador. Nenhuma delas é mostrada como "boneca" ou só como enfeite. Elas são ativas na trama, muitas são inclusive em posição de poder e comandam homens e elaboram intrigas, e todas têm o seu papel importante para a história. Até mesmo a prostituta recebeu uma cena para contar o seu passado e explicar porque ela é politicamente ativa, humanizando essa personagem.


As amizades femininas são outra parte muito bem feita do seriado. Vocês já devem ter ouvido falar do Teste Bechdel - em muitos filmes as mulheres não falam, ou só falam com um homem, e quando falam com outra mulher é para falar de um homem. Em TRoP você tem inúmeras cenas das personagens femininas conversando sobre várias coisas que não tem nada a ver com o mocinho - mostrando os seus destinos, as suas histórias, as suas personalidades. Até mesmo uma das moças que poderia ser vista como vilã recebeu uma cena em que ela explica porque faz tudo aquilo, e o público consegue entender o lado dela e sentir empatia com ela - algo que ainda é raro acontecer com vilãs em produções de Hollywood (Humanizar mulheres vilãs e permitir uma linha de história de redenção para personagens femininos malvados? Infelizmente, é raro).


Também fiquei impressionada com a cena em que um dos príncipes recebe a tarefa de escolher o futuro marido da princesa. A primeira reação dele foi perguntar para a princesa quem ela queria casar e respeitar a decisão dela, e inclusive convidar os três candidatos para um jantar e pedir para a princesa observá-los em secreto para ver se ela realmente está escolhendo o homem certo. Ele também fala abertamente para o seu pai, o imperador, que a decisão final deve ser da princesa. Lembrando que a história se passa no passado, tipo na época da Idade Média na Europa, e sabemos muito bem como as mulheres são tratadas em seriados ocidentais que se passam nessa mesma época (Game of Thrones é um show de estupro atrás do outro). Em TRoP eles fizeram questão de enfatizar o ponto da liberdade de escolha da moça, mesmo ela sendo uma princesa. Outra cena interessante foi quando uma mulher estava grávida e falou com o marido "E se o bêbe for uma menina?" e ele reage super carinhoso, dizendo que ele será um pai muito feliz. Isso achei super legal, já que se escuta sempre umas histórias tristes de chineses não querendo ter filhas pois só podem ter 1 filho e a preferência é por meninos (inclusive eu li que por causa disso agora tem mais homens do que mulheres na China e 15% dos homens ficam sobrando, sem acharem esposa).

Por fim, também fiquei impressionada com a maneira que os homens aceitaram o fato de que Zhiwei é uma mulher (isso é um spoiler, mas de outro lado, é óbvio que mais cedo ou mais tarde essas coisas sempre são descobertas nas histórias). Os homens que ela comandava quando ainda era oficialmente um homem, continuaram sendo comandandos por ela e continuaram a respeitando do mesmo jeito, independente dela ser mulher.
Os homens que se interessam por Zhiwei também a tratam com respeito quando ela os rejeita. Ela tem várias amizades com homens e o carinho completamente platônico que eles tinham por ela era lindo de se ver.


Enfim, as mulheres são mostradas não como objeto sexual mas como pessoas. E isso numa produção chinesa! Não posso dizer nada sobre a realidade que as mulheres vivem na China, já que eu não sei nada sobre isso, mas pelo menos a mídia mostra algo bem positivo.



O foco não é sexo


A ideia "sex sells" ou "sexo vende" que existe há décadas nas campanhas publicitárias e nos filmes que conhecemos, é algo que existe pouco nas produções chinesas devido à censura e à cultura. Então a maneira como a história de amor é contada em TRoP é completamente diferente do que eu estava acostumada. Enquanto em seriados ocidentais os apaixonados rapidamente se beijam e mais cedo ou mais tarde rola uma cena sensual com pouca roupa, nos seriados chineses que vi até agora, as histórias de amor são transmitidas realmente por olhares, gestos e diálogo (e só por poucos beijinhos). Para mim, isso mostrou o talento excepcional dos atores - de conseguiram botar tanta emoção em um sorriso ou um gesto. Além disso, o relacionamento parece muito mais profundo e real.


Acho que esse foco em cenas quentes que existe na nossa parte do planeta acaba puxando o foco sempre para o sexo, como se a vida sexual de um casal fosse a parte mais importante de um relacionamento (em muitos filmes e seriados, uma cena de sexo é mostrada como "solução" para brigas e desentendimentos entre o casal, como se depois tudo tivesse mágicamente resolvido). Claro, sexo faz parte de um relacionamente, mas o foco deveria estar no respeito mútuo, no carinho, no companheirismo, enfim no amor do casal. E em TRoP temos um casal que traz tudo isso, porém, com uma pitada de amor-ódio, já que os dois estão de lados opostos durante quase toda a história. E eu AMO ships com foco em amor-ódio :)

A estética é de outro nível



Acho que filmes e seriados asiáticos são bem famosos pela estética de tirar o fôlego, como as cenas coloridas de Bollywood e as roupas maravilhosas de filmes de época da China. Em TRoP temos esse mesmo nível de amor aos detalhes, com roupas lindas, visuais deslumbrantes e uma simetria perfeita.


Conhecendo mais sobre uma cultura diferente


Sinceramente, eu nunca tive muito conhecimento sobre a China e sua história e tudo que eu via era sempre  mostrado através da percepção de diretores gringos (nao-chineses). Da mesma forma que um filme sobre brasileiros escrito e filmado por um gringo não será uma representação autêntica da nossa cultura, filmes sobre a China que são feitos por estrangeiros também não são realmente representativos. Por isso mesmo que eu sou tão fã dessas produções nacionais nas quais a Netflix está investindo. Além de produzir conteúdo nacional, a Netflix também libera vários filmes estrangeiros na plataforma, o que enriquece o nosso conhecimento cultural.

Atores maravilhosos



Já mencionei acima, mas vale repetir: todos os atores desse seriado são extremamente talentosos. Claro que os dois protagonistas roubam a cena - tanto o ator que interpreta Ning Yi como a atriz que fez a Zhiwei são incríveis e eu me apaixonei por eles. Você sente todas as emoções deles. Mas também o resto do elenco é forte e me impressionou muito. Acho que a forma como eles atuam é diferente também - sei lá, tenho a impressão que os atores americanos são um pouco mais "show" ao invés de serem naturais. Acho que os americanos têm bastante carisma e usam o seu carisma na atuação. Já esse elenco chinês me deu a impressão de terem uma atuação mais discreta, e como já falei acima, conseguem transmitir muita coisa com apenas um olhar, não se botam tanto em cena como atores americanos. Não sei se isso faz sentido, mas eu notei uma grande diferença em termos de qualidade na atuação, principalmente se levar em consideração que The Rise of Phoenixes é uma série de TV e não uma produção de cinema.



Toda paleta de emoções


Mesmo que o seriado pareça no primeiro momento bem sério, a história é cheia de humor, além de praticamente todas as emoções possíveis: suspense, intrigas inteligentes, cenas emocionantes. Várias cenas me fizeram rir pra caramba - rapazes tendo que se vestir como mulher, meninas que fazem de tudo pra ficar feia só pra irritar um pretendente, amigos que resolvem dar um show de dança pra ver se a amiga depressiva finalmente sorri denovo. Tantos momentos especiais que me fizeram sentir todas as emoções possíveis - principalmente por causa dos relacionamentos entre os personagens.


***

Bom, é isso - eu realmente recomendo esse seriado, mesmo que inicialmente você estranhe um pouco por causa do idioma.
O único ponto fraco do seriado é o final. Como já mencionei no início, o seriado tinha 100 episódios e eles acabaram cortando para apenas 70. À partir do episódio 55 dá para notar que o ritmo acelerou e acontece MUITA coisa em pouco tempo. Os últimos 5 episódios são tão cheios de acontecimentos importantes, um seguido do outro, que ficou com gosto de novela mexicana. Tenho certeza que se tivessem deixado no tamanho original, o resultado final teria ficado perfeito. Assim infelizmente o fim do seriado é uma decepção.

A história é baseada num livro que só existe em chinês e eu descobri que no livro o final é completamente diferente do seriado, então eu fiquei feliz em saber que em um universo paralelo os personagens que eu tanto amei tiveram um final feliz.

***
Após essa experiência boa com um seriado chinês eu resolvi assistir mais filmes e seriados chineses e gostei de tudo que vi até agora :) Posso recomendar mais alguns no futuro!

E vocês? Já viram esse seriado? O que acharam? Tem mais algum para me recomendar?

EDIT (2020): Obrigada pelos comentários nessa postagem :) Fico feliz que várias pessoas também gostaram do seriado e da minha resenha. Algumas pessoas me perguntaram sobre o livro no qual esse seriado foi basedo. O livro nunca foi completamente traduzido e só existem alguns capítulos em ingles online - aqui. Uma outra pessoa traduziu o livro para o ingles em um blog, mas nao foi muito bem feito. Existem somente 9 capítulos. Mais uma pessoa postou partes do livro traduzido em ingles para mostrar como o conteúdo original foi diferente do seriado. Espero que esses links ajudam!

quarta-feira, 29 de agosto de 2018

River Phoenix: Os meus filmes preferidos


Como já falei anteriormente aqui no blog, eu sou grande fã do River Phoenix. Ele é meu ator favorito de todos os tempos e ele mudou a minha vida ao me inspirar a me tornar vegetariana :) e consequentemente melhorar o meu estilo de vida.

Eu tive os meus estágios diferentes de "ser fã" do River.
Primeiro foi aquela fase obcecada incial, quando se descobre tudo que existe online sobre ele; depois veio a fase de assistir os filmes dele várias vezes - inclusive com outras fãs ao redor do mundo (nós nos organizávamos pelo Tumblr, e programávamos um horário e um filme e assistíamos juntos aos filmes, enquanto nos falávamos pelo chat. Era bem divertido!); depois veio a fase deprê de perceber que ele realmente se foi para sempre. Por fim, passei pela fase de ler todas as biografias mais indicadas que existem dele - que aliás, é difícil ler pois a vida dele foi bem complicada e o meu coração partiu ao ler algumas das partes nas biografias.

Duas das várias biografias que tenho sobre o River
Ás vezes encontro novas fotos ou histórias de encontros com ele, de antigos fãs ou de pessoas que trabalharam com ele. É tão legal quando surge algo novo dele! Nem quero saber quantas entrevistas em vídeo existem dele que nunca foram postadas na internet :( e que não podemos ver. Mas enfim, os anos 80 e 90 eram uma outra época e temos que ficar felizes com o que está disponível para nós. Acho que nem sempre gosto de assistir às entrevistas do River pois na maioria das vezes ele está aparentemente desconfortável tendo que responder às mesmas perguntas (bem bobas) de sempre. Até mesmo as biografias sobre ele me deixam desconfortáveis pois são tão cheias de detalhes pessoais que acho meio desrespeitoso às vezes.

Então, de certa forma, a maneira mais respeitosa mesmo de ser fã é admirar o trabalho do River e ler as mensagens positivas sobre o planeta e os animais que o River sempre se importou de compartilhar com o mundo.
Como já passei bastante tempo em fóruns e blogs de fãs do River, e trocando idéias com outras fãs (algumas que inclusive são fãs desde os anos 80), eu percebi que em comparação com o resto eu tinha uma opinião diferente sobre os filmes dele. Adoro falar sobre River, então resolvi fazer esse post falando sobre os filmes dele, os meus favoritos e porque gosto de alguns e (me desculpem) odeio o mais querido de todos.

Filmes que não assisti ainda:


Explorers (Viagem ao Mundo dos Sonhos, 1985)
River no filme 'Exlorers
Porque não vi:  Eu assisti só a alguns clipes do filme. É o primeiro filme de verdade do River, mas é infantil, bem no estilo dos anos 80.

Sneakers (Quebra de Sigilo, 1992)
River com Dan Aykroyd no set do filme Sneakers, '92
Porque não vi: assisti só às partes em que River aparece. É um típico filme de Hollywood e a trama em geral não me interessava.
Dark Blood (1993/2012)
Porque não vi: sinceramente, acho que esse filme é mal assombrado e tenho medo de ver...haha. Não, mas sério, é o último filme dele e pelas histórias que contam foi tudo meio bizarro (brigas, coisas quebrando e sumindo, e claro, uma tragédia que interrompeu tudo, depois as cópias das negativas foram destruídas num incêndio...tudo muito bizarro). Até hoje não tive coragem de assistir o filme que completaram ; apesar de ter comprado o DVD, que estava disponível para compra só no Amazon aqui da Europa (não sei se já tem em outros regiões também). Até mesmo as fotos do fillme me dão um sentimento estranho. Sei lá, esse filme tem um vibe ruim, não quero ver (e também não vou postar nenhum .gif para não amaldiçoar a gente 😁)

Filmes do River que assisti:

(Mais ou menos na ordem cronológica de lançamento - os títulos originais)

Stand By Me


O mais famoso filme do River, que passa na sessão da tarde do mundo inteiro (vi pela primeira vez na Alemanha na TV, quando era criança) e que quase todo mundo conhece. Acho que não teria sido a mesma coisa sem a presença de River - posso estar exagerando, afinal, sou fã dele, mas não dá pra negar que ele tem algo magnético nele que chama a atenção. Lembro que em uma biografia que eu li, mencionam que várias pessoas pensaram que River merecia um prêmio pela sua performance no filme.
Eu, como várias outras pessoas, amo esse filme de paixão e tenho certeza que continurará sendo um clássico para as próximas gerações. Mas também me deixa um pouco triste - no final, o personagem que é interpretado por River desaparece por ele ter morrido alguns anos depois. Ninguém na época sabia que isso daria um ar bem sómbrio ao final, já que a vida real imitou a arte.
O mais legal que achei é que River conseguiu passar esse ar de 'garoto cool' com o jeito que ele olha e sorri no filme, e quando ele mostrou o lado mais frágil do personagem ficou real e natural, sem ser forçado.

Mosquito Coast
"Obra de arte viva"


Esse filme é bem bizarro e Harrison Ford fez o papel do pai louco que leva a família para morar longe da civilização super bem, na minha opinião. Mas é estranho como River fez um filme que parece que fala da própria vida dele, já que os pais dele também decidiram viver longe dos EUA de uma forma "livre" e dedicada à religião.
Acho que de todos os filmes de River, esse (junto com Running on Empty) mostra para mim a diferença dele de outros atores. Nesse filme, ele é impressionante. Ele nem precisa falar nada; consegue transmitir tanta coisa só com o olhar dele. Você sente o desespero do menino ao perceber que o seu herói, o seu pai, está beirando ao delírio. Você vê nos olhos dele medo e um certo senso de responsabilidade de salvar a família do abismo. Dá vontade de dar um abraço bem forte no coitado do menino :(
Talvez para fãs a interpretação de River acaba ficando mais "forte" pois sabemos da história de vida dele, e a maneira como ele cresceu, mas acho que mesmo para pessoas que não sabem quem ele é devem ficar impressionados com o menino nas cenas. Ele rouba a cena sem nem tentar. Uma fã uma vez disse: ele é uma obra de arte viva nesse filme. Ela disse tudo, na minha opinião.

(A Night in the Life of) Jimmy Reardon


Ah, o filme de controvérsia! Tanto entre fãs como entre o time de River e o diretor.
Basicamente, esse filme seria uma daquelas típicas histórias de um adolescente que aos poucos vira adulto, ou como dizem em inglês "coming of age movie". River interpreta um rapaz pobre que quer ir para Havaí ao terminar o Ensino Médio, mas o pai queria que ele seguisse os seus passos. O filme não tem uma trama muito clara, nem sofisticada - o personagem de River fica com algumas meninas e mulheres e se mete em encrenca. Realmente não dá para entender qual a real mensagem do filme.
A mãe do River no final não quis que o filme fosse lançado, pois achou que o filme pudesse atrapalhar a imagem comportada que o River tinha na época, principalmente por causa dos fãs mais novos. Realmente, levando em consideração que River tinha uns 16 anos quando filmou o filme - que inclui cenas de amor com uma menina da idade dele e uma mulher mais velha (que parecia ter quase 40, na minha opinião), sendo que ter relações com pessoas menores de 18 anos é ilegal nos EUA e tem muita gente que vai até preso por isso - dá para entender porque a mãe do River não curtiu o resultado final, apesar de que ela poderia ter acompanhado as filmagens e evitado isso, mas ENFIM. Vai entender os pais dele. Eu acho o filme um pouco bizarro por causa da sexualização exagerada dele, além das outras meninas que também tinham a mesma idade que ele. Mas isso foi nos anos 80 - sabemos que hoje em dia, um filme desse não seria mais feito, e é também o motivo porque em quase todos os seriados de adolescentes os atores já tem pelo menos uns 18 a 20 anos na vida real.

De qualquer forma, o filme não é tão ruim como algumas pessoas dizem. Comparado com outros filmes adolescentes, nem acho tão ruim. Acho que de qualquer maneira pro River foi bom interpretar um personagem diferente dos outros que ele sempre fazia; não um garoto trágico, pertubado, mas um jovem galã. E como sempre, River também conseguiu mostrar emoção mesmo nesse papel. A cena em que ele briga com o pai é muito bem feita, e eu sempre fico impressionada com a atuação dele.
Tem um clipe de uma entrevista que River deu ainda bem jovem, antes de filmar My Own Private Idaho, onde ele fala sobre o filme "Jimmy Reardon": "Foi legal poder fazer esse papel, porque eu sempre faço as vítimas e dessa vez eu 'vitimizo' os outros."
Essa foi uma das poucas vezes em que ele falou do filme, já que a mãe (que cuidava dos negócios dele e agia também um pouco como agente dele) impediu que River participasse da divulgação do filme.
No filme "Jimmy Reardon" ele contracena com Ione Sky, que se tornou uma amiga próxima dele.

Little Nikita


Esse filme é super estranho. Acho que os filmes nos anos 80 eram bem diferentes de hoje e esse é um exemplo perfeito para mostrar porque. A trama parece não ter nem pé nem cabeça e tem tão pouca lógica que fica difícil de levar a sério. E isso levando em consideração que o filme contava com a participação de Sidney Poitier, um dos maiores astros de cinema da época, o primeiro homem negro a vencer o Oscar na categoria principal. Ou seja, o filme contava com um ótimo elenco, uma produção de Hollywood e mesmo assim conseguiu ser tão bobo.
O personagem de River é novamente a vítima dos seus pais (que são espiões russos nos EUA...a Guerra Fria era, afinal, um assunto bem atual na época) e descobre que seus pais mentiram para ele a vida toda.
Eu particularmente achei a história com o policial mais velho e o garoto da escola um pouco estranha, pois gente, como que você não fala para os seus pais que tem um cara velho te estalkeando? Policial ou não (pensando bem...ainda mais por ser policial!). Talvez eu tenha uma mente pertubada, mas isso deu um ar meio creepy ao filme, ainda mais porque o personagem do River, o Jeff, em um ponto até pergunta pro policial Roy porque ele sempre vive aparecendo perto dele e se ele era gay. OK. Estranho.
Bom, de qualquer maneira River fez o papel de típico garoto americano e filho de espiões russos até que bem, e claro que teve que ter uma cena dele chorando. Isso já tinha se tornado a sua marca. E tenho que dizer que apesar de o resto do filme ser oco, com personagens superficiais e exagerados, River é o único que parece "real". Dá pra sentir dó do coitado do Jeff. E um pouco de inveja do cabelo dele também, claro.
River disse depois sobre o filme que não curtiu a imagem estereotipica dos russos que o filme mostra, com toda razão, além de ter achado a sua performance bem fraca e confusa. O diretor do filme não mostrava as cenas filmadas para River, por tratá-lo como uma criança, o que dificultou o trabalho de River, já que ele não conseguía ver o que ele fez e consequentemente melhorar. Dá para notar isso no filme, mas na minha opinião, acho o Sidney Poitier até mais fraco, considerando que ele já era um ator consagrado.
Recentemente, surgiu um novo vídeo do River em que ele é entrevistado e é perguntado justamente sobre as "dailies", as cenas filmadas, e se isso ajuda ou não no trabalho de um ator. River responde, como sempre, super profissionalmente e com aquele jeito gentil dele, dizendo que o diretor de Little Nikita havia decidido não mostrar as cenas para ele com razão, pois era o efeito que o diretor esava querendo causar - esse ar confuso e perdido, que o Jeff (personagem de River) demonstra no filme. Ou seja, River não o criticou, mas respeitou a decisão dele como diretor do filme.
River, tão confuso como eu assistindo o filme


Running on Empty





Um dos favoritos entre fãs e críticos de filme, Running on Empty é novamente um filme que tenho certeza que hoje em dia teria sido filmado de outra maneira. Hoje em dia eles não fazem mais filmes assim. Apesar da história dramática por trás, o filme é bem simples e acho que se não tivesse a perfeita atuação de River, nunca teria sido tão bom.
É impressionante como ele conseguia transmitir emoção e vulnerabilidade através dos seus papéis. Para mim, é único. Nunca vi alguém mostrando esse tipo de talento, com exceção de alguns atores crianças que ainda carregam aquela naturalidade infantil. Mas um jovem ou adulto mostrar emoções puras e naturais, tão honestas e simples como River fazia, nunca vi. Não digo que eu sou uma grande crítica de cinema, mas assim como qualquer pessoa que assiste filmes e seriados, eu consigo captar quem tem puro talento e quem tenta, tenta, mas continua sem convencer. Por exemplo, acho que a Millie Bobby Brown na primeira temporada de Stranger Things mostrou puro talento, conseguiu transmitir várias emoções através do seu olhar, e fico curiosa para vê-la em outros papéis, mas ela ainda era criança e acho que crianças tem um jeito mais solto de atuar que às vezes se perde quando ficam mais velhos - algo que não ocorreu com River, ele continuou  se entregando a cada papel e sempre conseguiu transmitir emoções reais, sem forçar nada.
Bom, mas para falar do filme: eu gosto muito, mas não sei se senti muita simpatia pelo resto do elenco. Achei os pais muito fracos em comparação com o River, ainda mais se levar em conta a situação (que na minha opinião, é bem dramática!). Não gostei nem um pouco da personagem que é a namorada do Danny (River), que me irrita profundamente toda vez que assisto haha. Também tenho que dizer que não tenho muita simpatia pela própria atriz que a interpreta, então juntou os dois: personagem chata com atriz que eu não gosto, então ficou difícil mesmo para a coitada me convencer.
Enfim, gosto de assistir esse filme pela linda atuação do River, mas não sei, tem muita coisa meio decepcionante no meio.
Para quem não sabe, River foi indicado ao Oscar (e ao Golden Globe) pelo papel de Danny. Ele aprendeu a tocar piano para esse filme, o que a academia que dá o prêmio sempre curte muito (quando envolve esse tipo de dedicação). Um dos momentos mais fofos de River é a felicidade (e alívio) dele ao ver que o colega dele, Kevin Kline, ganhou o Oscar, e não ele (tem o clipe no youtube da reação espontânea dele).
Bom, mas sinceramente, quando eu vejo esse filme, só quero - como praticamente em todos os filmes do River - dar um abraço nesse menino.

I Love You to Death




Esse é um dos meus filmes preferidos do River, e acho que em geral também. O humor negro no filme é muito bom e eu consigo rever várias vezes e sempre me divirto. Acho que entre os fãs de River, esse é um filme pouco mencionado e eu não entendo porque!
A trama já mostra o absurdo humor do filme: Rosalie descobre que o marido dela está traindo-a. Por Rosalie ser católica, um divórcio nem entra em cogitação. Então, só resta uma coisa que Rosalie pode fazer: matá-lo. Só que o plano de envenenar o marido com a ajuda da sua mãe não dá certo, então elas pedem ajuda ao funcionário da pizzaria de Joey, o Devo (interpretado por River), um hippie que é apaixonado por Rosalie. Devo resolve ajudá-las mas também não dá conta de matar Joey, então ele contrata dois rapazes (um deles é interpretado por Keanu Reeves) que cometerão o crime por dinheiro. E esses dois são tão burros que também tem dificuldade ao assassinar Joey. Será que alguém conseguirá acabar de uma vez com Joey?
Gente, só de pensar no filme já tô rindo denovo! A combinação de personagens malucos é perfeita. River ficou ótimo como o hippie Devo. O Devo curte essas coisas espirituais meio orientais como chakras, tarot, runas e lembra esses blogueiros hipster que postam no Instagram sobre ioga e smoothies verdes. Assim como o resto dos personagens, Devo também não é muito inteligente. Tem uma cena em que ele vai à busca de assassinos, e para se disfarçar ele cola um bigode no rosto e bota uns óculos. O cara do bar óbviamente reconhece ele na hora. O humor não é nada muito sofisticado, mas é hilário haha.
Keanu Reeves como um drogado ultra-burro também está ótimo. Mas acho que o melhor personagem é a mãe da Rosalie. Ela é da Polônia ou Russia, e fala com um sotaque e ela é mega durona, mas tem uma moral dupla engraçada ("Eles são drogados? Eu não quero drogados na minha casa!" - sendo que contratou os dois para matar o marido da filha! hahahaha)
Quando Devo fala que vai procurar assassinos profissionais e pergunta para a Rosalie quanto que ele pode oferecer para eles fazerem o "serviço", Rosalie diz "O quanto que quiserem!". A mãe olha para Devo e diz "É, mas não tanto assim. Pede por um desconto." Hahahaha, adoro esse filme!
O filme é um clássico! Recomendo assistir depois de ver qualquer um filme do River que te deixe triste!
Foi durante esse filme que River e Keanu viraram melhores amigos, e decidiram fazer o filme "Garotos de Programa" (My Own Private Idaho) que mudou a carreira, e vida, de River.

Garotos de Programa (My Own Private Idaho)




Keanu disse que River e ele acabaram topando de participar do filme só se o outro também topasse. A amizade entre os dois era bem especial e dá para ver até hoje o quanto River é e era especial para Keanu. Tenho muito respeito por Keanu, ele como Winona Ryder, são atores que fazem filmes por amor mesmo e não buscam celebridade. São pessoas reais.
O filme é muito cult para meu gosto e só vi umas duas vezes. Mas na verdade, eu sinto uma tristeza muito grande ao assistir o filme, porque de um lado eu culpo esse filme e a experiência do River durante as filmagens pelo envolvimento dele com drogas pesadas e consequentemente com as pessoas erradas.
Mas enfim, River fez muita pesquisa para esse filme e queria entender mesmo a vida desses garotos de programa. (Existem clipes no youtube das entrevistas que o River fez com dois ex-garotos de programa para fazer o papel de Mike.) Dizem que River começou a usar drogas mais pesadas, inclusive heroína, pela primeira vez durante as filmagens desse filme.
O Mike no filme me dá muita dó, como quase todos os personagens que o River fez. Mas o Mike é o mais triste de todos :( Essa busca pela mãe, por um lar, e a maneira que ele vive e depois, quando ele tem que ver o menino que ele ama com outra pessoa e ele fica todo triste e ciumento...poxa, é de partir o coração.
River está bem diferente nesse papel. Como ator, dá pra ver que foi um trabalho magnífico por parte dele, principalmente se você assistir os filmes anteriores a esse antes. Ele se tornou o Mike, físicamente e psicologicamente. Ele andava de um jeito diferente, o olhar é outro, a energia é outra. Se você assistir o Danny, de Running on Empty, e depois o Mike, você quase diz que não é a mesma pessoa.
Muitas pessoas falam sobre a importância desse filme e da participação de River, um grande astro teen da época, num projeto que humaniza garotos homosexuais. E o filme é extraordinário, os cortes e as cores são lindas, mas não teria sido a mesma coisa sem a mudança que River trouxe na trama. River simplesmente tornou o filme - que antes era somente sobre meninos que se prostituíam, mas que não eram necessariamente homosexuais - em um filme gay. Foi ele quem teve a idéia da famosa cena em frente ao fogo, que transformou o filme em um clássico gay. Não dá pra imaginar como isso era uma coisa absurda nos anos 90 - se hoje ainda é um pouco um "risco" para a carreira de um ator fazer o papel de um homem gay, imagina há quase 30 anos atrás! Era algo quase inexistente. E River sabia do poder da representação através da arte e de filmes, e ele não estava nem aí se isso poderia afetar a carreira dele negativamente. A agente dele inclusive tentou impedir que ele participasse do filme, e ele ainda tornou o filme mais "escandaloso" ainda! Hahaha..ele era uma pessoa muito especial!

Mas mesmo assim, eu tenho um pouco de raiva do filme...Acho que também é por isso que não consigo curtir o filme de maneira neutra...quando se vê as fotos do River depois desse filme, dá pra notar que ele demorou bastante tempo pra "retirar" o Mike de si. A técnica de atuar dele, Method Acting, o transformava no personagem por algum tempo, mas acho que teve alguma coisa no trabalho dele durante essa época de pesquisa que agiu como gatilho (trigger) na mente dele, trouxe à tona algumas experiências ruins da infância dele, quando ele sofreu abusos. Acho que foi isso em combinação à "se tornar o Mike" que levou o River a usar drogas pesadas frequentemente, já que até mesmo depois que ele tinha se "livrado" do personagem, ela continuo usando heroína :( Infelizmente, muitas pessoas não acreditam em tratamento médico ou psicológico, algo que pode ajudar uma pessoa que tem algum tipo de vício sério. Os pais dele eram contra medicina tradicional e River não recebeu o apoio e acompanhamento profissional que ele precisava...

Dogfight



Esse é o filme do River do qual eu menos gosto. Acho que a primeira vez que eu assisti o filme, eu parei no meio porque eu não estava aguentando a "vergonha alheia" que eu sentia - não é a palavra ideal, mas o que sinto ao ver esse filme é quase uma agonia por ser tão desconfortável ver essas duas pessoas juntas. Não combinou. Não me convenceu.

River faz o papel de um soldado que é um total babaca assim como os seus amigos babacas. Eles tem uma brincadeira idiota de convidar meninas "feias" para um encontro e quem trouxer a garota mais feia de todas ganha. (Aff, eu já sinto vergonha só de escrever essa frase.) Praticamente, esse filme é sobre garotos sendo babacas e zoarem de meninas consideradas "feias" e claro, um deles percebe que a garota "feia" é legal e ele se sente mal pelo que ele fez, ela aceita a desculpa dele porque claro né... eles ficam juntos e depois quando ele retorna da guerra eles se reencontram e os dois estão bem mais maduros e experientes. Qual a moral da história? Não sei. Se eu tivesse escrito uma coisa dessa, teria mandado ela não só dar uma porrada nele (o que ela faz, tudo bem) mas nem teria mais olhado para cara dele!

Acho que deve ser muito chato filmar o papel de menina feia e também é horrível como a atriz teve que engordar para fazer o papel, além de terem "aumentado" o corpo dela com preenchimentos, ou seja, mulher que não for magrela é automaticamente feia?

Já o papel de River não combinou com ele e não entendo porque ele escolheu fazer esse papel, que era bem ao contrário de tudo que ele pessoalmente acreditava. Afinal, o personagem dele defende "atirar em pessoas", guerra e acabar com o comunismo, e tudo bem que ás vezes é bom sair dos papéis comuns, mas para quê interpretar alguém que apoia tudo aquilo que você acha errado? Se o personagem dele pelo menos viesse a questionar isso tudo...mas não. Em nenhum momento a guerra no Vietnã chega a ser de fato criticada (e vamos ser sinceros, a guerra do Vietnã foi uma das piores coisas que os americanos já fizeram, depois do tráfico humano em massa e escravidão).
Enfim, esse filme realmente não está entre os meus favoritos e já li nas biografias que River também se sentiu desconfortável com o tema de "mulher feia".
Uma observação à parte: tem a história de que o River como sempre "entrou no papel" e se tornou o personagem por um tempo; ele causou uma brigo de porrada em um bar, bem no estilo do personagem. Aqui tem uma foto dele com um fã durante as filmagens, e dá pra ver a mancha roxa no rosto dele ainda (no filme ele não tem essa ferida no rosto):



Silent Tongue


Acho que esse filme é o segundo pior no qual o River participou, mas a trama na verdade nem é ruim. O fantasma de uma mulher indígena que foi forçada a se casar quer se vingar pelos homens que a fizeram sofrer e o rapaz que havia se casado com ela sofre com a morte dela, perdendo a sanidade.
River faz o papel do jovem viúvo que está louco por tristeza e ele de fato parece louco! Totalmente louco. Ele era um ator muito espontâneo e natural e acho que nesse papel dá pra notar o tanto que ele se soltava mesmo.
Não tenho muito a dizer sobre o filme, a não ser que achei que tinha bastante potencial para ser uma história interessante, mas que não conseguiram trazer para a tela de forma cativante.

The Thing Called Love


Já vi muuuuitos fãs criticando esse filme pra caramba, mas talvez eu seja realmente "do contra" pois é um dos meus preferidos e sempre revejo. Tem gente que diz que o filme é bobo, vazio, chato, típico Hollywood, comédia romântica idiota, e por aí vai.
Sinceramente, não entendo as críticas. A trama é simples? É. Mas tem um diferencial: o foco do filme é a busca de uma jovem por um sonho dela: se tornar escritora de músicas country. E só para constar: no final, não fica claro se ela fica com alguém, se ela fica solteira ou o que ela resolve fazer da vida amorosa. Só fica claro que ela não vai desistir do seu sonho. E pode ser clichê, mas tem uma mensagem positiva aí, principalmente de um ponto de vista feminino. Lembrando que isso era o início dos anos 90 - quando havia muito menos filmes com protagonistas femininas independentes e não focadas só em amor.
Então, tenho que dizer, não entendo o motivo para tanta crítica a cerca desse filme. Talvez seja pelo fato de os fãs de River (hoje em dia) serem meio "cult" e intelectuais e só gostam dos filmes mais clássicos que ele fez. Mas esse pessoal tem que levar em consideração quem River era na época: ele era um ídolo teen. Ele tinha na sua grande maioria fãs jovens, e muitas delas eram meninas. O motivo porque River decidiu participar desse filme? Ele achou legal que o filme seguia uma menina, que o papel principal era uma menina. Ele mesmo disse que em Hollywood era extremamente difícil ser uma atriz e conseguir papéis bons e por isso ele quis apoiar esse projeto, que reinforçava uma mensagem positiva para meninas jovens.

Dá pra entender muito bem que ele usava a sua voz e sua fama da melhor maneira que sabia. Para abrir portas para outras pessoas, e de minorias (apoiando um filme sobre garotos de programa e ativamente tornando o filme mais gay do que originalmente planejado; participando de filmes que davam uma voz para uma menina ambiciosa). E levando em consideração que as suas fãs poderiam se identificar com a história da garota em The Thing Called Love.

Mas mesmo fora isso, realmente acho que o filme é divertido. Sandra Bullock faz parte do elenco, e realmente tem muito carisma e humor; Dermot Mulroney, que também tinha trabalhado no filme Silent Tongue com River, dá uma sensibilidade muito genuína ao personagem dele; e Samantha Mathis, a última namorada de River, também parece simpática no papel. A química entre todos os personagens é ótimo - claro, entre River e Samantha, mas também entre Sandra e Sam, Dermot e River, e vice versa. Eles combinaram todos muito bem.


O papel de River, o James, é um cara arrogante e complicado, e eu AMO a maneira como River interpretou James. Na verdade, toda vez que vou ler um livro que tem um personagem vilão que mesmo assim é carismático, eu imagino os como o James de River. OK, pensando bem, quase todos os personagens que eu gosto de livros eu imagino como o River :) Mas o James é o perfeito vilão com olhares malvados que você acaba amando.



Tem gente que diz que nesse filme River está com aparência de drogado, que os olhos estão sem vida, o cabelo está sem brilho, etc. o que também é, na minha opinião, exagero, pois tenho certeza que se alguém assistir ao filme sem saber da história de River, sem saber que ele morreu por causa de drogas, não notaria nada fora do normal. É psicológico, e talvez seja normal justamente procurar por isso. O que sei é que a aparência de pessoas nos filmes é ditada pela produtora e eles ás vezes pedem para o ator mudar o corte ou a cor do cabelo (o que aconteceu no filme Dogfight; pediram para ele fazer luzes, pois acharam o corte militar não muito bonito).

Como sempre, River está bem diferente de seus outros papéis, quase parecendo outra pessoa. Veja esse filme e depois assista My Own Private Idaho - é outra pessoa! O olhar, o jeito de sorrir ou andar é outro. Se ele estava drogado como alguns dizem? Não sei, mas acho difícil a pessoa fazer um bom trabalho usando drogas pesadas.

De qualquer forma, esse foi o último filme completo de River. Em muitos países foi lançado depois da sua morte (outubro de 1993).

+++

Bom, esse foi um post muito divertido para mim :) Amo falar sobre River e talvez eu faça mais alguns posts aqui sobre ele. Claro que tudo que escrevi é só a minha opinião pessoal e respeito opiniões contrárias!

Por favor me digam o que acharam e quais são os seus filmes favoritos - ou menos preferidos - do River!

Bjs,
Ju