Um dia desses eu estava assinando alguma coisa e o menino que estava aguardando eu escrever meu nome, reparou na minha pulseira preta & branca da Chanel que meu pai trouxe da China pra mim. Essa pulseira tem os dois C’s da marca nela, e eu gosto muito dela porque combina com tudo e bom, eu adoro o logo da Chanel, como muitas pessoas também. E esse menino que estava esperando eu anotar meu nome também gostou. Ele apontou para minha mão e disse: “Bonito.” Eu fiquei meio confusa primeiro, porque eu pensei que ele estava falando da minha letra, o que nunca ninguém chamou de bonita. Mas aí eu percebi que ele estava se referindo à minha bijuteria chinesa. Eu dei um sorriso, e ele perguntou: “Esse símbolo tem algum significado?” E foi aí, nessa simples pergunta, que eu percebi como esse mundo é complexo e estranho e difícil. Porque o que eu deveria responder?
“Sim, isso aqui é o logo da marca Chanel – uma marca francesa, que foi fundada no início dos anos 20 por Coco Chanel e do nome dela vêm os dois C’s. Coco Chanel mudou o mundo da moda, livrando as mulheres do espartilho e inventando itens tão importantes como calças para mulheres e conjuntinhos de tweed.”
Ou talvez deveria responder o que a logo da Chanel significava para mim?
“Sim, isso aqui é o logo da minha marca preferida Chanel, sinônimo de elegância, sofisticação, classe, tudo que eu quero para minha vida.”
Talvez eu deveria responder o que os dois C’s significavam para o mundo?
“Sim, isso é o logo de uma das marcas mais tradicionais e mais famosas do mundo, dirigida hoje por Karl Lagerfeld, um alemão, e principalmente conhecido pelas suas bolsas, seus perfumes e suas jaquetas tweeds.”
Mas em vez de parecer uma enciclopédia viva, simplesmente respondi: “É o logo de uma marca.” Ele olhou bem satisfeito para a pulseira e sorriu. Não sei o que ele pensou. Talvez ele sabia tudo sobre Chanel e pensou que eu era uma retardada que usava coisas com símbolos de marcas das quais não sabia nada. Ou talvez não. Sei lá, não importa. O que importa – e o que eu queria dizer com toda essa história – é que eu fiquei tão surpresa comigo mesma naquele momento, porque eu não consegui entender como alguém não sabia nada da Chanel. E aquilo foi ignorante da minha parte, já que existem muitas coisas para se gostar nesse mundo e talvez marcas da haute couture francesa não sejam de importância para outras pessoas. Eu nunca fui intolerante aos outros gostos de outras pessoas com personalidades totalmente diferentes. E aí, de uma hora para a outra, percebi que eu estava involvida demais nesse mundo da moda. Eu sempre gostei de roupas & sapatos e sempre adorei ler revistas de moda com suas fotos brilhantes, mas eu não era tão por dentro de tudo isso como sou hoje. Não sabia os nomes das editoras chefes, não sabia como & quando aconteciam as fashion weeks, não conhecia mais que cinco marcas pelo nome e nem fazia ideia das ‘características’ de cada uma. Não lia artigos sobre moda, na verdade só olhava para as fotos. Ainda não sou uma expert, mas comparando com a Eu de alguns anos atrás, eu virei fashion victim em dois sentidos: na teoria e na prática. Antigamente eu gostava de moda até um certo ponto, mas não tinha coragem de usar algo um pouco mais ousado. É engraçado como a opinião de pessoas que nem conhecemos importa tanto quando você ainda não encontrou segurança no seu próprio estilo. Com o tempo eu fui evoluindo. Buscava ideias e inspirações em tudo: fotos em revistas, runway looks, filmes, video clipes, propagandas, às vezes uma música ou uma pessoa me inspirava. Em vez de me preocupar com o que os outros pensariam de mim se usasse tal peça ou combinação, eu esperava que alguém super legal & fashion me visse e gostasse da minha roupa. Atraves da internet eu descobri que existem pessoas com o mesmo gosto que você – às vezes eles só estão um pouco escondidos.
Anyway.
Eu comecei falando de Chanel e vou continuar falando de Chanel. Não porque é uma das minhas marcas preferidas, mas porque Coco Chanel é uma das minhas personagens (históricas) preferidas. Se eu pudesse convidar 5 pessoas para um jantar, ela estaria dentro dos meus convidados. Não porque ela fundou uma das minhas marcas preferidas (eu sei que estou me repetindo), mas porque ela era uma pessoa extremamente interessante. Uma bad ass da Moda, tipo como Anna Wintour, só que dez vezes melhor. Na minha prova oral de francês eu falei sobre Coco Chanel e eu acho que depois do meu discurso apaixonado, até minha professora estranha de français começou a gostar da Chanel. Porque não tem como não gostar. Se você não gosta de moda (e ainda tá lendo?) você vai gostar dela por ser uma mulher super mega forte e inteligente. Se você gosta de moda você terá mais uns motivos para pendurar um pôster da Chanel no seu quarto depois de ler esse post (que está ficando comprido demais. Tenho que parar.). Uma coisa que eu acho legal na moda é que ela permite tudo. Porque não são as revistas ou os estilistas que digam o que é moda. É a rua. É você e eu. Ou algo pega ou não. Ou você gosta ou não. E como gosto não se discute, ninguém pode dizer o que é feio, o que é bonito, o que é meu-deus-corra-e-não-olha-pra-trás. E cada um tem a suas preferências. Como por exemplo: eu. Sou extremamente apaixonada por rock’n’roll, por isso adoro couro, tachas, calça jeans rasgada, botas, cabelo comprido mal penteado, etc etc.
Tenho uma leve obsessão que está cada dia aumentando pelos anos clássicos – 40,50 – e pessoas que incorporam o senso de classe vs. sensualidade, como Dita von Teese, Scarlett Johannsen,Katy Perry (se bem que ela mistura também um pouco de pop/glitter no meio).
Adoro tudo que é vintage e amo coleções inspiradas nos tempos passados, como por exemplo o Pré-Outouno 2010 de Oscar de la Renta. Estava perfeito.
Eu gosto de contrastes (calça rasgada + blusa de renda), gosto de cores, amo preto. Porém, e voltando para Chanel, acredito que menos é mais. Sim, eu amo o estilo da Carrie do SATC e queria muito ter umas saias que nem as que desfila por NYC, mas infelizmente vivo numa realidade que inclui ir ao banco, andar de ônibus, trabalhar. Mesmo assim uso saias rosa-choques e meia-calças listradas – mas tem que saber combinar. Eu não gosto de looks ridículos. Não estou criticando, mas tem gente que gosta de muitas cores, combinações levemente malucas, meio Tim Burton - Alice no Mundo das Maravilhas – e enquanto adoro Alice, prefiro looks mais discretos. Mais pretos, mais simples, mais clássicos, sei lá. Eu respeito qualquer estilo e acho muito legal quando pessoas ousam vestir o que gostam, só que em mim prefiro menos loucura e mais retro glamour.
Por isso Coco Chanel é mais uma vez minha heroína. Pois ela falava coisas como isso:
“Antes de sair de casa, olha no espelho e tira uma coisa.”
e isso:
“Vista-se mau e eles lembrarão-se da roupa; vista-se impecavelmente e eles lembrarão-se da mulher.”
e finalmente isso:
“Uma menina deveria ser duas coisas: clássica e fabulosa.”
(clássica = classy; não achei uma tradução melhor e não estou a fim de pesquisar)
Não estou dizendo que eu só gosto do estilo Blair Waldorf comportado. Como eu já disse, adoro Rock’n’Roll. Então misturo do jeito que posso e gosto. Acho que Kate Moss consegue viver o estilo clássico-glamour-bohemian-rock e é disso que gosto. Misturar todos os aspectos de sua própria personalidade para ter um resultado super fashion e não-ridículo.
“Moda não é algo que apenas existe em roupas. Moda está no céu, nas ruas, moda tem a ver com ideias, com o jeito que vivemos, o que está acontecendo.”
-Coco Chanel
Elas adotam o estilo ‘menos é mais’: Emma Watson, Diane Kruger, Kate Bosworth, Audrey Tatou e muitas outras.
Bisous!
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